quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Pesquisa revela interesse dos jovens pela participação na política



"Quais são os problemas que mais preocupam os jovens atualmente?", "O que os jovens valorizam no Brasil?" e "Como eles avaliam  a importância da política?" foram algumas perguntas feitas para jovens brasileiros, entre abril e maio de 2013, portanto antes das manifestações que aconteceram em junho no país.


 Os resultados gerais da pesquisa Agenda Juventude Brasil 2013 foram apresentados em Brasília, no dia 8 de agosto. O evento foi coordenado pela Secretária Nacional de Juventude, Severine Carmen Macedo, e contou com a participação de Regina Novaes, pesquisadora do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), Helena Abramo, coordenadora-geral de Políticas Setoriais da SNJ, Gustavo Venturi, coordenador da pesquisa, e Anna Luiza Salles Souto, coordenadora da área de Juventudes do Instituto Pólis e uma das consultoras dessa pesquisa. O lançamento dos resultados da pesquisa contou ainda com a presença do secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho.

O estudo sobre perfil e opinião dos jovens brasileiros de 15 a 29 anos revela haver um interesse dos jovens pela política. Anna Luiza, que no evento comentou os dados referentes à percepção sobre a  política e à participação dos jovens, diz que um dado que chama a atenção é que 54% dos entrevistados consideram a política "muito importante". E outros 29% a consideram "mais ou menos importante". Apenas 16% consideram a política "nada importante".

Quando convidados a apontar duas formas de atuação que podem ajudar a mudar ou a melhorar as coisas no Brasil, 45% acreditam que a "participação em mobilizações de rua e outras ações diretas" seja uma delas. A esse dado, por si só revelador, se somam 44% de menções à “atuação em coletivos que se organizam em torno de uma causa” e 35% à “atuação em conselhos, conferências, audiências e outros canais de participação desse tipo”. Outros 34% incluem a atuação via “internet, opinando e cobrando políticos e governantes” e 30% referem-se à "atuação em partidos políticos" como forma de ação política potente para melhorar as coisas no país.
"Num quadro em que é visível o desgaste da imagem dos parlamentares e em que um dos gritos dos manifestantes em frente ao Congresso Nacional foi "vocês não nos representam", acho bastante positivo que 30% dos jovens reconheçam que os partidos políticos são importantes para a vida democrática. Na pesquisa, fica claro que quase 1/3 dos jovens fazem a distinção entre a figura dos políticos, cujas práticas são no mais das vezes condenáveis, e os partidos enquanto institucionalidade inerente ao sistema político democrático ", diz Anna Luiza.

Outro dado interessante, já mapeado em estudo anterior, refere-se à participação em associações, entidades e grupos: 46% dos jovens já participaram ou participam atualmente de algum dos coletivos listados pela pesquisa e 39% manifestaram "nunca ter participado de entidades ou grupos, mas gostaria de participar".

“Ou seja, ainda que mais da metade dos jovens entrevistados mencione nunca ter participado de organizações e associações, há um potencial latente de participação entre os jovens. Muita gente ficou surpresa com a presença dos jovens nas ruas, nas chamadas jornadas de junho, mas os dados da pesquisa falam por si. Nunca é demais lembrar a imagem negativa da juventude brasileira, veiculada sobretudo pela imprensa tradicional, que costuma classificá-la repetitivamente como consumista, individualista, apática, composta por pessoas 'nem aí com nada'. Talvez por isso tamanha surpresa", diz Anna Luiza.


Fonte: Instituto Polis

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