quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Você matou meu filho!




 Dia 31 de Agosto  estivemos participando da audiência pública da Comissão dos Direitos Humanos e Cidadania da ALERJ (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) aonde foram discutidas as execuções praticadas por policiais na cidade do Rio em cima do relatório Você Matou Meu filho. 

Audiência na Alerj com a Anistia Internacional da entrega do relatório Você Matou Meu Filho
 













1. Relatório da Anistia 

Átila Roque diretor executivo da Anistia Internacinal
  
Essa audiência foi a pedido da ONG Anistia Internacional, que apresentou relatório chamado Você Matou Meu Filho, coordenado por Átila Roque, Diretor Executivo da Anistia Internacional no Brasil, que trata da violência ocorrida na cidade do Rio e nas demais localidades do estado por conta da força repressora da política militar.
O relatório tratou dos homicídios decorrentes da intervenção policial entre 2010 a 2013, 99.5% são homens, 79% são negros e 75% tinham entre 15 a 29 anos e que 16% dos homicídios ocorridos na cidade do Rio se deu por força da intervenção policial. 
  
 Esse relatório mostra que há características específicas sobre perfil, fenótipo e classe social das mortes causadas pelos aparelhos repressivos do Estado. Em sua maioria homens, negros e pobres são as maiores vítimas que segundo o entendimento do relatório tipifica um tipo de estereótipo do mundo do crime no Brasil. O relatório traz uma lista de 20 recomendações, sendo dez para o Governo Estadual, duas ao Ministério Público, Cinco ao Governo Federal e três ao Congresso Nacional.

A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania é presidida pelo deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que defendeu a criação de uma subcomissão da verdade para investigar crimes cometidos pelo Estado, baseado na experiência já ocorrida pela Comissão Nacional da Verdade para investigar os crimes cometidos por esse mesmo Estado nos tempos da Ditadura.

 

 2. Extermínio de Angra dos Reis

Em Agosto de 2014 o nosso mandato realizou uma Audiência Pública sobre o Extermínio da Juventude em Angra dos Reis. O palestrante foi o professor da UFF (Universidade Federal Fluminense) Rodrigo Torquarto, que trouxe um diagnóstico sobre o perfil local da violência juvenil em Angra dos Reis. Não diferente do Rio, a violência em Angra dos Reis atinge negros e pobres residentes das periferias do nosso município, aonde se mostra também que há uma disparidade enorme a intensidade da força policial em relação à deficiência das políticas públicas que emancipa a juventude. 

 
Audiência do Extermínio da Juventude em Angra dos Reis em 2014
A importância da participação do nosso mandato se faz para trazer para o nosso município a discussão, de como é tratado o combate a violência juvenil aqui baseado nas recomendações de medidas emergenciais defendidas pelo diretor da Anistia Internacional no Brasil (AIB), Atila Roque. Que os homicídios ocorridos decorrente da ação policial sejam encaminhados para a Divisão de Homicídios e que não sejam tratados por uma delegacia local para implicar riscos de não haver investigação devido ao escudo de proteção chamado alto de resistências, que pode encobrir uma violência deliberada por parte da intervenção policial. 
 E que o Ministério Público do Rio investigue os homicídios ocorridos pela ação policial que ainda estão pendentes. Nesse sentido o deputado Marcelo Freixo prometeu marcar uma reunião com o procurador-geral da justiça do Estado, Marfan Viera, a cobrar a força tarefa para investigar essas ações policiais.


Discutindo políticas públicas para o combate violência juvenil no estado do Rio e Angra com dep Freixo e Átila Roque coordenador do relatório Você Matou Meu Filho

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